Sejam bem vindos ao blog da Estação Ecológica de Arêdes ! Aqui Você acompanha o que acontece na Unidade de Conservação situada no município de Itabirito e ainda participa de vários assuntos voltados a importância de conservar o nosso patrimônio natural e histórico cultural.

terça-feira, 3 de maio de 2022

CORREDORES ECOLÓGICOS E A SINERGIA DAS ÁREAS PROTEGIDAS

Pôr do sol no Monumento Natural Estadual Serra da Moeda.
Foto tirada da Estação Ecológica de Arêdes (28/04/2022).

    Olá amigas e amigos da conservação e da vida! Esperamos que todos se encontrem bem, e que a saúde e a paz possam permear nossas vidas após este período complicado no qual passamos nos últimos anos. Tiremos as máscaras do individualismo, e seguimos juntos em prol do bem social coletivo! E nesse clima de união e perseverança damos início ao tema deste post, o qual irá apresentar conceitos e aspectos ligados aos Corredores Ecológicos, bem como sua importância como mecanismo de conectividade de ambientes prioritários para conservação ambiental visando manter a sinergia ecossistêmica além de fomentar benefícios socioambientais. Inclusive, a foto inicial deste post é de um pôr do sol no Monumento Natura Estadual da Serra da Moeda e foi tirada da região da Estação Ecológica Estadual de Arêdes, duas Unidades de Conservação (U.C's) que já exercem tal função devido sua proximidade, entretanto ainda existe a necessidade de mecanismos legais para auxiliar na definição territorial e gestão destes espaços.


Algumas instituições responsáveis por viabilizar o manejo das áreas protegidas.
Unesco na escala global, ICMBio na escala federal e o IEF na Estadual.

    Se tratando dos aspectos legais, os Corredores Ecológicos agem como instrumento de gestão e ordenamento territorial, definido pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC (Lei 9.985, de 18 de julho de 2000). Conforme pontua o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, "O propósito maior desta estratégia de integração é buscar o ordenamento do território, adequar os passivos ambientais e proporcionar a integração entre as comunidades e as Unidades de Conservação, compatibilizando a presença da biodiversidade, a valorização da "sociobiodiversidade" e as práticas de desenvolvimento sustentável no contexto regional".

Estação Ecológica Estadual de Arêdes, área de conectividade entre a EEEA
 e  áreas  limítrofes preservadas. (02/05/2022).


     Através do projeto "Corredores Ecológicos: unindo florestas e articulando forças" do IEF, as ações de conectividade de áreas prioritárias para a conservação vem sendo fomentadas. O Decreto Estadual NE nº 397, estabeleceu o primeiro Corredor Ecológico no âmbito do Estado de Minas Gerais, denominado Corredor Ecológico Sossego-Caratinga (CESC), abrangendo um total de 66.424,56 há e interligando as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Mata do Sossego e Feliciano Miguel Abdala e abrangendo sete municípios na Região Rio Doce e Mata de Minas Gerais. Assim, em Minas Gerais, considerando as áreas de abrangência das U.C's estaduais, os corredores ecológicos podem ser classificados da seguinte maneira (IEF, 2017): 

     Macro-corredores: Grandes corredores que conectam UCs em diferentes regiões do Estado, ou entre Estados da Federação. 

    Meso-corredores: corredores intermediários com a função de conectar UCs, fragmentos importantes e criar rotas alternativas de conectividade. A área de abrangência pode envolver mais de um município. 

   Micro-corredores: implantados em escala municipal e/ou intermunicipal, possuem a função essencial de conectar fisicamente pequenos fragmentos florestais, Reservas Legais, APPs, Unidades de Conservação e outras áreas especialmente protegidas. 

               Na Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, criada em 2005 pelo Program Man and the Biosphere da UNESCO, a Estação Ecológica Estadual de Arêdes foi considerada uma de suas áreas núcleo, amparado pelos critérios do SNUC, para Unidades de Conservação de Proteção Integral. 

               Com o objetivo de garantir a manutenção dos processos ecológicos nas áreas de conexão entre Unidades de Conservação e regiões prioritárias para a conservação, os corredores ecológicos permitem a dispersão de espécies, a recolonização de áreas degradadas, o fluxo gênico e viabilização de populações que demandam mais do que o território de uma unidade de conservação para sobreviver possam ter "caminhos" preservados.  A Onça Parda, por exemplo, é uma espécie que foi registrada tanto na Estação Ecológica Estadual de Arêdes como também no Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda. Conforme levantado pelo biólogo especialista em mastofauna Gabriel Magezi, responsável por diagnósticos ambientais nos Planos de Manejo de ambas U.C's, "assim como o lobo-guará, a onça-parda pode ultrapassar os 100 km² e provavelmente a EEE de Arêdes seja utilizada como uma parte da área de vida de indivíduos desta espécie."
              

Vista panorâmica com destaque a região da EEEA na qual exerce a função
de corredor ecológico. Foto tirada do Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda. (08/04/2022).

         
                A Estação Ecológica Estadual de Arêdes, devido sua localização,  atua como área estratégica no que tangem ações integradas de gestão, pois além de fazer parte da Reserva da Biosfera e realizar a função de importante corredor ecológico, mantêm preservado testemunho das peculiaridades ecológicas da "Serra das Serrinhas", e seu grande acervo histórico e patrimonial inseridos nesta localidade do município de Itabirito.